REDE COOPERAGIR - Cooperagir e o merecido reconhecimento pelos serviços prestados ao município de Marechal Candido Rondon

Quando existe vontade política é possível mudar muita coisa. Esse é o caso da Prefeitura Municipal de Marechal Candido Rondon, no Paraná, que recentemente assinou um novo contrato com a Cooperativa de Agentes Ambientais de Marechal Rondon, a Cooperagir, para a coleta dos materiais recicláveis.

Neste novo contrato a Cooperagir passará a receber por produção.  Além de um valor fixo, mensal de 25.561,87, vai receber  160,00 por tonelada, e um valor referente a prestação de serviços ambientais que poderá chegar até  12.000,00 mensais, dependendo da quantidade de toneladas coletadas.

A assinatura do contrato aconteceu em março deste ano, e contou com a presença do prefeito Marcio Rauber, da presidente da Cooperagir, Marli Fátima Hubert, do secretário municipal de Agricultura e Política Ambiental, Leandro Dadalt, do secretário municipal de Administração, Elemar Hensel.

De acordo com o secretário Dadalt, essa forma de contratação resultará no incentivo aos catadores, com a melhoria e o aumento da reciclagem no município, além de proporcionar uma maior renda aos catadores (as) da Cooperagir.

“Agora as coisas vão melhorar muito, é um sonho receber por tonelada coletada, e vemos isso como um reconhecimento do nosso trabalho”, declara Marli Fátima Hubert, presidente da Cooperagir. “Com o contrato anterior a gente já tinha se fortalecido, conseguimos pagar dívidas, fizemos melhorias no galpão, colocamos piso, câmara de segurança, e ainda temos muito o que fazer, e vamos conseguir”.

Segundo a prefeitura esse novo contrato terá duração de um ano, como forma de adaptação, com previsão de renovação após esse período.



 

O Cataforte e o empoderamento da Cooperagir

 

O Cataforte III teve um papel fundamental na reestruturação e empoderamento da Cooperagir.

Quando o Cataforte III chegou, em 2015, foi num momento muito difícil da Cooperagir, que fundada em 2008, passou a enfrentar vários problemas financeiros a ponto de cogitar a possibilidade de fechar o empreendimento.

De importante fonte de geração de emprego e renda para o município, a Cooperagir afundava em dívidas e estava fadada a fechar as portas.

Carol Bunzen, mobilizadora do Cataforte III diz que o projeto veio com a missão de unir novamente os catadores e catadoras da Cooperagir e fazer com que eles tivessem um entendimento de como funcionava as questões políticas, para que a parceria com o poder público se fortalecesse, “a gente não sabia discutir, argumentar, se defender, hoje a gente sabe”. “As capacitações feitas dentro Cataforte nos ensinaram a trabalhar, mostrando que nós somos capazes de gerir nosso empreendimento, passamos a entender como funciona uma cooperativa, direitos e deveres, e isso trouxe uma independência para os catadores (as).

 

“Luz no final do túnel”


Uma reunião entre o Ceadec/Escritório Nacional do Cataforte III e a Cooperagir foi “empurrão” que faltava para que a Rede se fortalecesse e partisse novamente para a luta.

 “No pior momento da Cooperagir, quando queríamos desistir, lembro como se fosse hoje o Fagner Jandrey assessor regional e a Rita de Cássia Gonçalves Viana, presidente do Ceadec,  (ambos do ENC), fizeram uma visita, e numa reunião  a gente se encheu de esperança novamente.

 Foi aí, que segundo Carol eles conseguiram reestabelecer novamente as negociações com a prefeitura e resgataram a credibilidade que estava abalada com o poder público. “Foi a luz que começou a brilhar no final do túnel” declara Carol.

 Carol fala que foi dentro Cataforte III que também aconteceram as discussões do conceito da proposta que culminou nos modelos de contrato firmados entre a prefeitura e a Cooperagir. “Sempre trabalhando junto, debatendo o que é melhor para os catadores (as), até que nesse ano chegamos no contrato por produção”.

A presidente da Cooperagir, Marli também conta que no início do Cataforte a retirada estava muito baixa e os catadores (as) sem perspectivas nenhuma de futuro “Nossa retirada estava tão baixa, que não tinha como continuar, a gente chegou a ganhar 300,00 no mês. Hoje nossa retirada chega 1200,00. ”, afirma.

 

                                               



O Cataforte é 10


Marli faz questão de falar da importância do Cataforte e enaltecer o trabalho do Fagner como apoio. “O Cataforte é nota 10 pra nós”. “A gente precisa de tantas coisas, temos tantas dúvidas e aí entra o Fagner, que é tudo pra nós, ele é nosso socorro, ele trouxe segurança, fez a gente acreditar que era possível, que aquele momento de crise ia passar, que a gente era importante porque muitas pessoas queriam nos ajudar, e isso nos fortaleceu. Nós da Cooperagir não temos dúvida da importância desse projeto em nossas vidas.”

A Rede Cooperagir conta atualmente com seis grupos de catadores e catadoras dos municípios de Marechal Cândido Rondon, Nova Santa Rosa, Quatro Pontes, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste, da região oeste do estado do Paraná.