“Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações”. Carta da Terra
Diz ainda
o texto que “devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global
fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça
econômica e numa cultura da paz”. Para atingir esse propósito, a Carta da Terra
propõe que nós, “os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para
com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações”.
Ainda
segundo a declaração, “a escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar
da Terra e uns dos outros ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da
vida”. Para que não corramos esse risco, a Carta da Terra prega que “são
necessárias mudanças fundamentais em nossos valores, instituições e modos de
vida”. Ou seja, “devemos entender que, quando as necessidades básicas forem
supridas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais e não
a ter mais”.
No
entendimento das mais de 4.500 organizações de todo o mundo que participaram
dessa reflexão para elaborar a Carta da Terra, nós, seres humanos, “temos o
conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos
impactos no meio ambiente”. E que “nossos desafios ambientais, econômicos,
políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar
soluções inclusivas”.
Creio
que essa reflexão sintetiza nossa compreensão sobre o problema e acredito que
essa “corresponsabilidade” pela sustentabilidade (ou pelo nosso futuro comum)
enfatizada pela Carta da Terra, está, sim, sob o domínio de cada um de nós.
Certamente há ações que estão na esfera macro, que dependem das decisões dos
governos ou das parcerias entre governos e sociedade, mas há iniciativas
simples, que estão ao alcance de cada um de nós, cidadãos.
E só
para citar uma dessas iniciativas - ligada a um tema que nos é muito próximo,
ressalto a importância de cada um de nós participarmos ativamente da coleta
seletiva – separando os materiais recicláveis e entregando estes materiais aos
catadores de materiais recicláveis. Este é apenas um dos vários exemplos de contribuição
com a causa da sustentabilidade e da ecologia que podemos mencionar.
A
coleta seletiva dos resíduos sólidos é o primeiro passo para viabilizar a
reciclagem - o retorno dos materiais recicláveis ao ciclo de produção, a partir
da reutilização da matéria-prima para fabricação de novos produtos. A coleta
seletiva e a reciclagem são fundamentais para a construção de cidades
sustentáveis e socialmente inclusivas. São políticas públicas consideradas
prioritárias pela Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabeleceu
metas importantes para toda a sociedade. Por exemplo, os lixões deverão ser
erradicados nos municípios brasileiros e a coleta seletiva com inclusão dos
catadores organizados em cooperativas também é outra diretriz da nova lei.
Se
considerarmos que em muitos municípios brasileiros os resíduos sólidos ainda
são encaminhados para os lixões a céu aberto, comprometendo recursos,
prejudicando o meio ambiente e causando riscos à saúde da população, e que a
maioria dos municípios ainda não elaborou ou implantou os Planos Municipais de
Resíduos Sólidos, conforme previsto na lei, vemos que há muito ainda a
caminhar.
Rita de
Cássia Gonçalves Viana, presidenta do Ceadec e Coordenadora Geral do Escritório Nacional do Cataforte.
Você sabia que, no Brasil, cada pessoa produz
entre
Você sabia que o lixo é um grande problema
para as sociedades contemporâneas?